sexta-feira, 15 de julho de 2011

LITERATURA DE CORDEL- As últimas do seu Lunga...

              Para os queridos leitores
              De quem sou fã e freguês
              Eu volto a falar do cabra
              Que não é nada cortês
              Da cara de Sapo-Sunga
              Que são as últimas do seu Lunga
              Que trago para vocês.


              Certa vez sua esposa
              Quando sentou na privada
              Disse: Lunga este banheiro
              Tá bom duma reformada
              Faça cumprir meu desejo
              Coloque nele azulejo
              Duma cor bem azulada.


               Seu Lunga foi pro depósito
               Fazendo o maior bodejo
               E chegou lá foi dizendo
               Eu vim comprar azulejo
               Pra terminar uma obra
               A mando daquela cobra
               Que só me causa latejo.


               Lhe disse o dono: vou já
               Deixar sua mercadoria
               Já sei onde você mora
               Na rua Santa Luzia
               Respondeu Lunga zangado:
               Se for o produto errado
               Eu vou fazer putaria.


               O cabra fez a entrega
               Com um colega de escolta
               Seu Lunga olhou e disse:
               O diabo hoje se solta
               Eu te comprei azulejo
               E tu me traz brancolejo
               Leva essa porra de volta. 


               Um certo dia ele entrando
               Lá no portão do mercado
               Por um cão velho sarnento
               Quase que foi atacado
               Quando gritou Zé da Unga:
               Não tenha medo Seu Lunga
               Que o meu cachorro é capado.


               Seu Lunga disse: seu besta
               Que coisa mais descabida
               O teu cachorro é capado
               pra não cruzar mais na vida
               Mas vive atacando o povo
               Eu não me assusto com ovo
               O medo é só da mordida.


               Um certo dia Seu Lunga
               Chegou no bar do Zaqueu
               Danado se maldizendo
               Duma topada que deu
               Lhe perguntou um zanoi:
               Me conte lá como foi
               Que isto lhe aconteceu?
               
               Seu Lunga olhou pro cabra
               Voltando de marcha ré
               Dizendo: foi desse jeito
               Seu venta de caburé
               Chegou no fim da calçada
               E repetiu a topada
               Que a unha arrancou do pé.


               Sua mulher certa noite
               Quando foi telefonar
               Disse: Lunga, a bateria
               Fez o favor de pifar
               Ponha naquela tomada
               Que fica lá na entrada
               E deixe pra carregar


               Perguntou ela mais tarde:
               Como é que é, carregou?
               Seu Lunga correu a vista
                      E nada mais encontrou
               Dizendo: vai te lascar
               Se era pra carregar
               Eu acho que alguém levou.
               
               Seu Lunga tava dançando
               Com Expedita Caroço
               Que começou lhe afobar
               Fungando no seu pescoço
               Dizendo: Caro Lunguinha
               Vê se meu gato adivinha
               O que eu comi no almoço?


               Só do malcheiro, Seu Lunga
               Quase desaba de costa
               E se babando de raiva
               Já  foi lhe dando a resposta
               Dizendo: cabeça oca
               Pela catinga da boca
               Só pode ter sido bosta.


              Certa vez ele passando
              Pela travessa Xaréu
              O vento soprou tão forte
              Que carregou seu chapéu
              Seu Lungaficou irado
              Quando chegou um viado
              Danado dançando o créu.


              Seu Lunga meteu-lhe o tapa
              Naquele traste biruta
              E pra pegar seu chapéu
              Saiu na carreira bruta
              Temendo que alguém visse
              Olhou pro boiola e disse:
              Sai so mêi fila da puta


              Seu Lunga certa noite 
              Jantou um prato de mel
              E foi sentindo um melaço
              Na boca do carretel
              Se levantou bem ligeiro
              Quando chegou no banheiro
              Tava faltando papel.


              Correu pra comprar um rolo
              No mercantil do catunda
              O cabra trouxe um jornal
              Numa carreira profunda
              Seu Lunga disse pra ele
              Só quero se for daquele
              Que a gente passa na bunda.


              Um certo dia um pinguço
              Sentou na sua calçada
              Botando o maior boneco
              Dizendo: meu camarada
              Quem mexe comigo, morre
              Pra completar o meu porre
              Eu quero uma panelada.


              Seu Lunga disse: é pra já
              Me aguarde aí biriteiro
              Pegou uma panela grande
              Que tava lá no terreiro
              E sem lhe dizer mais nada
              Foi dando uma panelada 
               Na testa do cachaceiro.


            AUTOR: JOTABÊ
            
             
              

Um comentário:

  1. “Economia verde” é o tema do 3º Fórum de Ideias Inovadoras da AL

    A Assembleia Legislativa inicia a Semana do Meio Ambiente com o Fórum de Ideias Inovadoras em Políticas Públicas (FIP), que nesta 3ª edição terá como tema “Economia verde: uma agenda nas esferas públicas e privadas”.

    O evento ocorrerá nos dias 30 e 31 de maio, a partir das 9h, no Plenário 13 de Maio. O FIP – promovido pelo Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp) – irá discutir uma maneira possível de construir uma agenda de sustentabilidade a partir de uma racionalidade socioambiental, levando em consideração os custos e os impactos na economia.

    Durante os dois dias de debates, personalidades das áreas da política, economia e meio ambiente discutirão sobre a relação entre a sustentabilidade e o desenvolvimento. O presidente da Casa, Roberto Cláudio (PSB), abrirá o evento. Em seguida, o ex-deputado federal Ciro Gomes comandará a palestra “Desenvolvimento sustentável e políticas públicas”.

    Ainda pela manhã, o consultor da Waycarbon, Henrique Pereira, falará sobre “Mercado de carbono para entidades públicas e privadas”. O presidente do Conselho de Política e Gestão do Meio Ambiente (Conpan), Paulo Henrique Lustosa, encerrará a programação da manhã com a palestra “Um novo desafio para o desenvolvimento”.

    Às 15h, no Complexo de Comissões da Casa, o presidente da Embrapa, Luciano Matos, falará sobre o “Pagamento por serviços ambientais”. Para encerrar o primeiro dia de palestras, o assessor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Antonio Rocha Magalhães, debaterá sobre mudanças climáticas.

    Já na terça-feira (31), o Fórum realizará palestra, a partir das 9h, no Complexo de Comissões da Casa, com o tema “Sustentabilidade: um novo jeito de fazer negócios”, com exposição do gerente executivo de desenvolvimento sustentável no Banco Santander, Sandro Marques. Às 9h50, o coordenador de Projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Virgilio Gibbon, vai falar sobre o mercado de créditos de carbono. O encerramento da 3ª edição do FIP será feito pelo coordenador da Rede Brasileira e Internacional de Ecossocialistas (Rebrip), Pedro Ivo, que vai proferir palestra sobre a “Rio+20 e a Economia Verde”.

    “Queremos debater como construir no semiárido brasileiro um desenvolvimento mais harmonioso das pessoas e suas relações com o conjunto do mundo natural. Trata-se em síntese de encontrar caminhos para uma reconciliação entre economia e ecologia”, explicou o presidente do Inesp, Paulo Linhares.

    O Fórum de Ideias Inovadoras é aberto ao público. As inscrições podem ser feitas no Portal da AL ou pelo telefone (85) 3277.3704/3740.
    JU/LF

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